Cerca de metade da população mundial vive em áreas urbanas. Espera-se
que, antes de 2030, 80 por cento dos europeus se tenham deslocado para as
cidades.
É por isso que o desenvolvimento urbano sustentável tem uma dimensão
cada vez mais importante no debate sobre as políticas europeias do futuro.
Mas é nas pequenas e médias cidades que a inovação nas práticas
ecológicas começa.
Mercedes Bresso, Presidente do Comité das Regiões adianta:
“As cidades estiveram sempre no centro da história da inovação é,
especialmente, nas cidades médias europeias que a inovação começa. Até os
chineses já descobriram que o pequeno é bonito, ou melhor, o tamanho médio é
bonito. Eles perceberam que as cidades de 500 a 600 mil habitantes são muito
mais sustentáveis, e estão a construir áreas urbanas médias para evitar que as
suas cidades se transformem em «megalópoles».”
Os presidentes de câmara e das Regiões, partilham as suas estratégias
para promover o desenvolvimento sustentável a nível local. Entre eles o Autarca
de Vitória, a cidade basca que tem o título de Capital Europeia Verde 2012,
pelos seus projetos inovadores.
Javier Maroto Aranzabal, Autarca de Vitoria, no País Basco, explica:
“Vitória está rodeado por um anel verde, são parques periurbanos que
rodeiam a cidade, vamos repetir esta experiência de sucesso dentro da cidade.
Com este projeto, chamado Anel Verde Interior, vamos transformar algumas vias,
algunas avenidas principais da cidade, introduzindo a natureza na cidade”.
As práticas sustentáveis foram, frequentemente, associadas aos países
ricos. Mas os interlocutores principais na Cimeira das Regiões frisaram que a
economia verde é uma oportunidade para as regiões com economias mais fracas.
De acordo com o Diretor do Programa Ambiental da ONU, Achim Steiner, os
mercados mostram ventos de mudança:
“O que estamos a ver, hoje, na economia real é que há novos
investimentos significativos na transição para uma economia verde. Em 2010 o
investimento total, a nível mundial, em energias renováveis, esteve a cima dos
210 mil milhões de dólares, que é mais do que o total combinado para o
petróleo, gás e carvão no mundo da geração da eletricidade. Estamos a ver essas
transição acontecer, mas precisa de ser acelerada e a política pública é tão
importante quanto a capacidade do mercado se comprometer, de facto, mas o
financiamento continua a ser o grande problema”.
Copenhaga é um bom exemplo de como a economia verde é uma aposta
economicamente viável. Instituições, indústria e educação estão a trabalhar
para tornar Copenhaga na primeira capital neutra em carbono até 2025. Segundo o
Presidente da Câmara as emissões de CO2 foram reduzidas em 20% nos últimos 10
anos. Frank Jensen mostra-se satisfeito com esta aposta:
“É um bom negócio para nós, enquanto cidade, investir em soluções
coletivas, como sistemas de aquecimento e de arrefecimento coletivos. As
soluções sustentáveis são um bom negócio para a cidade, para o seu orçamento, e
para criar novos postos de trabalhos.”
Quando se consegue o dinheiro, uma questão permanece: como usá-lo. Como
é que as cidades devem ser organizadas para serem mais eficientes?
Jan Gehl, planeador urbano, afirma:
“Temos que mudar a forma como nos movemos e como construímos. Penso que
ali podemos ver, mais ou menos, o que não deveríamos voltar a fazer, estes são
edifícios que fazem em parte do velho modernismo, construiam um bloco e outro e
ficava um pedaço de terra de ninguém no meio. Teremos que construir de um modo
muito mais urbano em volta dos espaços públicos: parques que convidam as
pessoas a caminhar e andar de bicicleta mas também a conhecerem-se.”
O próximo passo é o Rio+20, a comissão reúne em Junho, no Brasil. Um
passo que poderá ser decisivo se as regiões passarem da teoria à prática e
cumprirem o seu papel no desenvolvimento urbano sustentável.
Fonte: euronews