domingo, 24 de junio de 2012

A new bus that's just the ticket

Auto Carro. Fonte: SCI-TECH. Futuris. Euronews. Siga o Link

Os autocarros dominam a paisagem urbana. No entanto, a sua popularidade continua a recuar. Em Gotemburgo, na Suécia, um novo autocarro está a rejuvenescer a linha 16, uma das mais concorridas da cidade. O veículo é cerca de vinte por cento mais espaçoso graças a algumas astúcias. “Este é o novo autocarro que desenvolvemos. Para começar, temos duas portas maiores para facilitar a passagem dos utentes”, descreve um dos responsáveis do projeto. “Também temos 15 assentos desdobráveis. Durante as horas de ponta, os condutores podem colocá-los para cima. Aqui atrás, temos os novos foles que são transparentes. Assim, temos mais luminosidade nesta área que habitualmente é muito escura.” Este autocarro é o protótipo final de um projeto de investigação da União Europeia destinado a desenvolver autocarros mais silenciosos, limpos e eficientes. Um utente comenta: “Parece bastante moderno e muito agradável. É bastante silencioso, o que me agrada. É bom que os assentos sejam flexíveis porque assim cabe mais gente.” Mesmo tom de uma passageira: “É mais fácil entrar e há mais espaço por aqui.” O condutor teve de se adaptar a várias mudanças: “Relativamente aos autocarros tradicionais, estamos a, pelo menos, um metro do lado esquerdo. Quanto à comunicação com os passageiros, estamos quase totalmente isolados.” Os investigadores estudaram o fluxo e a acessibilidade dos passageiros em diferentes estações de toda a Europa e em vários horários. “Queríamos analisar mudanças conceptuais no modelo do autocarro”, descreve Atieh Hanna, outra das responsáveis do projeto. “Queríamos estudar como é que estas mudanças conceptuais influenciam o desempenho do autocarro em termos de tempo de espera, capacidade e acessibilidade”, conclui. A pesquisa foi posta em prática numa maquete de madeira, explica o “designer” Oskar Rexfelt: “O autocarro foi construído com módulos de madeira para que pudéssemos mudar os diferentes aspetos, como os assentos ou o número de portas. Depois, podíamos ver como é que essas mudanças afetavam a entrada e saída de passageiros e onde é que as pessoas escolhiam sentar-se.” Em Nanterre, nos arredores de Paris, foi criada uma plataforma que centraliza todos os mecanismos eletrónicos do veículo. A partir do pequeno ecrã, os condutores acedem ao GPS e ao sistema de vídeovigilância e podem conhecer o estado do tráfego em tempo real ou saber o número de passageiros. Emmanuel de Verdalle, engenheiro informático, descreve a plataforma: “Para um construtor, esta arquitetura permitirá fornecer veículos que estejam preparados para receber estes sistemas de informação; para um operador de transportes, vai possibilitar a simplificação da instalação e para o utilizador dos transportes em comum, vai dar-lhe um serviço multifuncional, informações sobre a viagem ao longo do percurso.” Em Dresden, na Alemanha, a pesquisa concentrou-se nas necessidades e no conforto dos próprios condutores. Foi criado um simulador de trajeto, composto por dois cenários: por um lado, as ruas de Dresden; por outro, o caos de Roma. As opiniões dos condutores contribuíram para criar a cabina ideal. Rene Wodni foi um dos que participou: “A estrutura do sistema está bem concebida. Agora posso facilmente carregar nos botões sem ter de me inclinar. Gostaria de ter um indicador de velocidade analógico e não digital. Também seria bom ter um espaço para pôr a mala e outro para pôr as garrafas de água.” Espaço, conforto e visibilidade foram os principais critérios avaliados. A pesquisa revelou as diferentes prioridades dos condutores do norte e do sul da Europa. “Há aspetos que são avaliados de forma diferente, em função da cidade, Roma ou Dresden”, diz o engenheiro Gunther Nirschl. “Por exemplo, os condutores de Roma preocupam-se mais com a segurança e não gostaram muito de uma cabina aberta. Quanto aos condutores de Dresden, o ponto forte era mais o espaço para arrumação.” O caminho que se segue para a investigação é a criação de autocarros que consumam menos combustível e sejam mais amigos do ambiente. Uma viagem tecnológica que deverá ser acompanhada por uma nova conceção das infraestruturas e da rede de transportes.

Fonte: euronews